Josué, o Líder e Estrategista que assumiu o entrar e o apossar-se (Parte V)

Capítulo 5 

Este capítulo encerra a primeira das três divisões do Livro, como dito na parte um destes estudo:

OS CAPÍTULOS UM A CINCO DIZEM RESPEITO À ENTRADA NA TERRA E TUDO O QUE ENVOLVE. Se você está lutando agora em como entrar em uma vida de vitória com Cristo, como sair do deserto da dúvida, perambulações inquietas e mera subsistência para a bênção completa da experiência liderada pelo Espírito, então esta é a seção você deveria se preocupar - a entrada de Israel na terra - fora do deserto e em Canaã.

ANTES DE SAIR PARA A GUERRA 

A Circuncisão dos Israelitas (vv. 1-9) 

Josué 5 (NVI)
A Circuncisão dos Israelitas em Gilgal
1 - Todos os reis amorreus que habitavam a oeste do Jordão e todos os reis cananeus que viviam ao longo do litoral souberam como o Senhor tinha secado o Jordão diante dos israelitas até que tivéssemos atravessado. Por isso, desanimaram-se e perderam a coragem de enfrentar os israelitas.
2 - Naquela ocasião o Senhor disse a Josué: “Faça FACAS DE PEDRA e CIRCUNCIDE OS ISRAELITAS”.
3 - JOSUÉ FEZ FACAS DE PEDRA e circuncidou os israelitas EM GIBEATE-ARALOTE (GIBEATE-ARALOTE SIGNIFICA COLINA DOS PREPÚCIOS).
4 - Ele fez isso porque todos os homens aptos para a guerra morreram no deserto depois de terem saído do Egito.
5 - Todos os que saíram haviam sido circuncidados, mas todos os que nasceram no deserto, no caminho, depois da saída do Egito, não passaram pela circuncisão.
6 - Os israelitas andaram quarenta anos pelo deserto, até que todos os guerreiros que tinham saído do Egito morressem, visto que não tinham obedecido ao Senhor. Pois o Senhor lhes havia jurado que não veriam a terra que prometera aos seus antepassados que nos daria, terra onde há leite e mel com fartura.
7 - Assim, em lugar deles colocou os seus filhos, e estes foram os que Josué circuncidou. Ainda estavam incircuncisos porque não tinham sido circuncidados durante a viagem.
8 - E, DEPOIS QUE A NAÇÃO INTEIRA FOI CIRCUNCIDADA, ELES FICARAM ONDE ESTAVAM, NO ACAMPAMENTO, ATÉ SE RECUPERAREM.
9 - Então o Senhor disse a Josué: “HOJE REMOVI DE VOCÊS A HUMILHAÇÃO SOFRIDA NO EGITO”. POR ISSO ATÉ HOJE O LUGAR SE CHAMA GILGAL.

O que encontramos com frequência nos escritos neotestamentários é a igreja sendo comparada a um exército, e a vida cristã sendo comparada a uma guerra. Tanto é assim que o cristão é sempre descrito como um guerreiro na sua completa armadura — capacete da salvação, couraça da justiça, escudo da fé, espada do Espírito (a Palavra de Deus).

Nesse contexto, a Bíblia aparece como o manual dado por Deus para nos guiar nessa luta; é nela que aprendemos a respeito dessa batalha, aprendemos quem é Deus, quem somos, quais são nossos objetivos, de que maneira devemos viver neste mundo em meio ao conflito que nos cerca. O livro de Josué é extremamente útil para que aprendamos a viver neste mundo como servos de Deus envolvidos nessa luta. Ele retrata a conquista da terra que Deus havia prometido para os filhos de Israel a Abraão, Isaque e Jacó, os patriarcas.

Em Josué, capítulos 1 a 4, vimos como o povo liderado por Josué chega às margens do rio Jordão, faz a travessia e se põe diante da cidade de Jericó. Josué 5 marca uma transição importante (até o capítulo 4 o povo estava do outro lado do rio): os israelitas atravessaram o rio depois que Deus o secou e chegaram à Terra Prometida. (Nos próximos seis anos, haveria a guerra da conquista.) O capítulo 5 descreve os primeiros passos da nação de Israel na Terra Prometida. Diante deles há desafios: os inimigos e as cidades a serem conquistadas.

Este capítulo 5 pode ser dividido em quatro partes assim:

A circuncisão dos israelitas:
1. A declaração (5.1) do estado em que se encontravam aqueles povos em Canaã, abatidos.
2. O relato de como Josué circuncidou os homens de Israel (5.2-9).

A cessação do Maná:
3. O relato da celebração da Páscoa (5.10). Era a primeira vez que eles celebrariam a Páscoa depois de quarenta anos no deserto sem comemorá-la.
4. O relato de que o maná havia parado de cair naquele dia (5.11,12).

À semelhança da nação de Israel, precisamos estar prontos para as batalhas no nosso dia-a-dia, pela responsabilidade que devemos assumir pela nossa própria Salvação.

O momento não poderia ser mais apropriado para começar a invasão. Josué 5:1 diz o seguinte: Todos os reis amorreus que habitavam a oeste do Jordão e todos os reis cananeus que viviam ao longo do litoral souberam como o Senhor tinha secado o Jordão diante dos israelitas até que tivéssemos atravessado. Por isso, desanimaram-se e perderam a coragem de enfrentar os israelitas.

A notícia de que aquele exército havia atravessado a pé enxuto o rio Jordão, o qual funcionava como uma defesa natural, deixou todos os povos da terra sem alento, sem coragem, desanimados. Era de imaginar que, se os israelitas tinham atravessado o rio a pé, não haveria barreira capaz de detê-los nem o que não vencessem. Por isso esse era o momento certo de Josué decidir atacar.

Todavia, em vez de resolver partir para cima, Josué disse a eles que tinham de fazer algumas coisas antes disso. (se fôssemos considerar apenas o ponto de vista militar e estratégico, aquele ato não era justificável) Em vez de aproveitarem aquele momento estratégico, em que os inimigos estavam com medo, Josué disse ao povo que eles circuncidariam os homens e celebrariam a Páscoa, a fim de prepararem-se espiritualmente antes de partir para a luta contra os inimigos.

Esse é O PONTO-CHAVE DO CAPÍTULO 5. ELE NOS MOSTRA QUE, MESMO DIANTE DE UM MOMENTO PROPÍCIO PARA COMEÇAR A INVASÃO, JOSUÉ, ORIENTADO POR DEUS, GASTA TEMPO COM A CIRCUNCISÃO DO POVO DE ISRAEL E COM A CELEBRAÇÃO DA PÁSCOA.

Sem a menor dúvida, ISSO NOS ENSINA A RESPEITO DA NECESSIDADE DE PREPARAÇÃO ESPIRITUAL PARA QUE POSSAMOS NOS ENGAJAR NAS LUTAS DESTA VIDA CONTRA O PECADO, O MUNDO — ENTENDIDO COMO O MUNDO INIMIGO DE DEUS, COM VALORES CONTRÁRIOS A ELE. O QUE SE QUER EVIDENCIAR AQUI NÃO É O DESPREZO POR ESTRATÉGIAS E MÉTODOS, MAS COMO O PREPARO ESPIRITUAL É FUNDAMENTAL.

Para que se compreenda o que aconteceu nesse trecho, é preciso lembrar que Deus havia estabelecido a circuncisão (a retirada do prepúcio) como sinal da aliança dele com seu povo — e isso ele fez com Abraão (Gn 17), determinando que o patriarca e todos os seus filhos fossem circuncidados. A circuncisão representava a marca duradoura que o israelita haveria de carregar, indicando que ele pertencia a Deus, que ele estava em uma aliança com Deus. A circuncisão era praticada por muitos povos ao redor de Israel, até pelos cananeus, com exceção dos filisteus, os chamados “incircuncisos”, mas Israel era a única nação que tinha a circuncisão como um sinal da aliança com o seu Deus.

Mas POR QUE A CIRCUNCISÃO FOI O RITUAL ESCOLHIDO PARA SER O SÍMBOLO DE QUE ISRAEL ERA DE DEUS E DE QUE DEUS ERA DE ISRAEL? No Antigo Testamento, há momentos em que Deus fala à nação de Israel sobre circuncisão: “Circuncidai o vosso coração e não sejais mais obstinados” (Dt 10.16). Então, a circuncisão, a remoção daquela pele, REPRESENTAVA A REMOÇÃO DA DUREZA DO CORAÇÃO E INDICAVA A NECESSIDADE DE CONVERSÃO A DEUS.

O ISRAELITA TINHA A CIRCUNCISÃO COMO SÍMBOLO DE QUE O PRÓPRIO CORAÇÃO ERA CIRCUNCIDADO, QUE ELE ERA QUEBRANTADO, CONVERTIDO E SUBMISSO A DEUS. POR ISSO DEUS ESCOLHEU AQUELE RITO, PORQUE ELE EXPRESSAVA BEM O QUE O CORAÇÃO DEVERIA SER. EM JEREMIAS 4.4, O PROFETA DISSE A MESMA COISA: “CIRCUNCIDAI-VOS AO SENHOR E CIRCUNCIDAI O CORAÇÃO…”, COM ISSO ALERTANDO O POVO PARA QUE SE ARREPENDESSE DE SEUS PECADOS, VOLTASSE A DEUS E DEIXASSE A VIDA ANTIGA. É ISSO QUE A CIRCUNCISÃO SIMBOLIZAVA, POR ISSO ELA ERA USADA COMO SELO DA ALIANÇA COM DEUS.

Quando Moisés tirou o povo do Egito, na noite em que partiram os israelitas celebraram a Páscoa. Todos os homens de Israel haviam sido circuncidados, desde os mais velhos até as crianças pequenas. Depois de deixarem a terra do Egito de forma milagrosa, atravessando o mar Vermelho a caminho da Terra Prometida, eles se rebelaram contra Deus e não quiseram seguir o caminho dele. A circuncisão significava que eles eram submissos a Deus, no entanto quebraram essa aliança: quiseram voltar para o Egito, começaram a adorar os deuses egípcios, a praticar a imoralidade e a tentar a Deus, até que o Senhor não deixou mais que entrassem na Terra Prometida.

A partir de então, houve duas alterações importantes nos costumes de Israel:
1. Deus disse a Moisés para não circuncidar mais ninguém, porque a circuncisão indicava o arrependimento, o quebrantamento, a mudança de vida, a dedicação a Deus, e aquela geração havia virado as costas para ele.
2. Pararam de celebrar a Páscoa, aquele momento em que os israelitas rememoravam o sangue derramado pelo cordeiro nos umbrais da porta, que impediu que os primogênitos fossem mortos.

A circuncisão e a Páscoa eram símbolos da aliança com Deus e, durante os quarenta anos de peregrinação no deserto, todo o povo nascido no período não foi circuncidado nem conheceu a celebração pascal. Passado todo esse tempo, ali estava Israel, na iminência de entrar na Terra Prometida. Havia chegado, então, o momento de retomar ambas as práticas rituais; era necessário que os israelitas fossem circuncidados.

POR QUE ERA IMPORTANTE QUE OS ISRAELITAS FOSSEM CIRCUNCIDADOS ANTES DE INICIAREM A GUERRA QUE OS LEVARIA À CONQUISTA DAS PROMESSAS QUE DEUS HAVIA FEITO? PRIMEIRAMENTE, PORQUE PRECISAVAM ESTAR CONSCIENTES DE QUE ERA DEUS QUE IRIA LHES DAR A VITÓRIA; EM SEGUNDO LUGAR, PORQUE PRECISAVAM LEMBRAR QUE PERTENCIAM A DEUS E QUE ERA ISSO QUE A CIRCUNCISÃO REPRESENTAVA; E, EM TERCEIRO LUGAR, PORQUE PRECISAVAM COMPREENDER QUE A CIRCUNCISÃO ERA PARTE OU SÍMBOLO DA ALIANÇA COM DEUS, QUE HAVERIA DE LHES DAR AQUELA TERRA EM FIDELIDADE ÀS SUAS PROMESSAS, MAS, EM CONTRAPARTIDA, ELES DEVERIAM SE DEDICAR A DEUS E A DEUS SOMENTE. Por isso O SENHOR DISSE A JOSUÉ: “CIRCUNCIDA OS ISRAELITAS” (5:2).

Sim, era sabido que os inimigos estavam com medo. Mas havia algo a ser feito antes de partirem para a guerra: circuncidar todo o povo. Para QUE LEMBRASSEM QUE A GUERRA ERA ESPIRITUAL, PARA QUE LEMBRASSEM QUE PERTENCIAM A DEUS, PARA QUE LEMBRASSEM QUE, QUANDO CONQUISTASSEM A TERRA E NELA ENTRASSEM, SERIA PORQUE DEUS ESTAVA CUMPRINDO SUAS PROMESSAS.

E PORQUE FACAS DE PEDRA? Já havia facas de metal naquela época, mas a pederneira era uma pedra muito apropriada para a circuncisão. (Escavações arqueológicas na região de Gilgal revelaram a existência de depósitos desse tipo de pedra, da qual se podem extrair lascas, ótimas para a confecção de facas.) Talvez pela grande quantidade de circuncisões, facas de metal não seriam as mais adequadas para circuncidar trezentos, quatrocentos mil homens.

“ENTÃO JOSUÉ FEZ FACAS DE PEDRA e circuncidou os israelitas EM GIBEATE-ARALOTE” (5:3).

Obviamente, não significa que o próprio Josué tenha circuncidado cada homem, porque não haveria como dar conta, mas foi ele que comandou a operação.

Toda a nação foi circuncidada, desde os homens de 40 anos — visto que praticamente não tinha ninguém mais velho que isso, talvez uns poucos, como Josué, Calebe e seus parentes, que pertenciam à primeira geração — até os mais novos, porque o símbolo da circuncisão era para todo o Israel. E ELES FICARAM NO ARRAIAL ATÉ QUE SARARAM. (5:4-8)

O acampamento ficava em Gilgal, a três quilômetros de Jericó, de onde se podia ver a cidade. Da mesma forma, os moradores de lá conseguiam ver o acampamento, mas mesmo assim Josué e seus homens ficaram lá até que sararam — não há como saber ao certo quanto tempo isso levou, mas IMAGINA-SE QUE NÃO DEVE TER SIDO MENOS DE UMA SEMANA OU DUAS, UM TEMPO ESTRATEGICAMENTE PRECIOSO PARA A GUERRA. MAS O CUIDADO ESPIRITUAL ERA MAIS IMPORTANTE.

GILGAL EM HEBRAICO SIGNIFICA “ROLAR”, e esse nome é utilizado não somente porque descreve o que é a circuncisão, “ROLAR FORA” A PELE DO PREPÚCIO, MAS TAMBÉM PORQUE, EM JOSUÉ 5:9, DEUS DISSE AO SUCESSOR DE MOISÉS: “HOJE TIREI A HUMILHAÇÃO DO EGITO” — NO HEBRAICO É “ROLEI DE CIMA DE VOCÊS O OPRÓBRIO, OU A VERGONHA, DO EGITO”.

ISSO PODE ENSINAR DUAS COISAS:

1. Que, AO CIRCUNCIDAR AQUELA GERAÇÃO, COMO SÍMBOLO DE QUE ELES PERTENCIAM A DEUS, FOI TIRADO O ÚLTIMO RESQUÍCIO DE QUE UM DIA TINHAM PERTENCIDO AO FARAÓ. Eles agora pertenciam a um novo Senhor, a um novo patrão, ao Senhor Deus dos Exércitos; eles NÃO ERAM MAIS ESCRAVOS DO EGITO, A LIBERTAÇÃO AGORA ESTAVA COMPLETA.

2. Ou que, SE ELES TIVESSEM MORRIDO NO DESERTO E NÃO TIVESSEM ATRAVESSADO O JORDÃO, SERIA UM SINAL DE FRACASSO, E ELES PASSARIAM VERGONHA DIANTE DOS EGÍPCIOS. Isso por que os egípcios poderiam dizer que os israelitas fizeram a maior confusão, mandaram dez pragas para o Egito, foram embora e morreram na praia, não conseguiram chegar lá. Mas, no instante em que aquela geração foi circuncidada além do Jordão, já na Terra Prometida, o opróbrio que os egípcios poderiam lançar sobre eles foi removido. Assim, A CIRCUNCISÃO NAQUELE MOMENTO TINHA, DE FATO, IMPORTÂNCIA ESPIRITUAL, PSICOLÓGICA E EMOCIONAL.

E O QUE ISSO TEM A VER CONOSCO?

NA NOVA ALIANÇA A CIRCUNCISÃO FOI SUBSTITUÍDA PELO BATISMO. SOMOS O ISRAEL ESPIRITUAL, A CONTINUAÇÃO ESPIRITUAL DESSE POVO, E TRATA-SE DA MESMA ALIANÇA, só que agora ela não foi selada com sangue de animais, mas com o precioso sangue do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. A CIRCUNCISÃO ERA O SÍMBOLO DA FÉ QUE O POVO DE ISRAEL TINHA EM DEUS, E É ISSO TAMBÉM QUE NO NOVO TESTAMENTO O BATISMO REPRESENTA. BATIZA-SE AS PESSOAS QUE PROFESSAM FÉ EM JESUS CRISTO PORQUE O BATISMO É O SÍMBOLO DA ALIANÇA QUE DEUS ESTABELECEU HÁ TANTO TEMPO — DE QUE ELE SERIA O NOSSO DEUS E DE QUE SERÍAMOS O SEU POVO.

Isso faz grande diferença no nosso cotidiano. A vida cristã é uma guerra e, antes de entrarmos nessa luta, precisamos saber se somos de fato convertidos a Deus, se nosso coração está circuncidado, se nossa alma foi lavada dos pecados pelo sangue de Jesus. E O BATISMO LEMBRA A NECESSIDADE DE SERMOS CONVERTIDOS — PORQUE ERA ISSO QUE A CIRCUNCISÃO REPRESENTAVA, A CIRCUNCISÃO DO CORAÇÃO —, E É CLARO QUE O BATISMO COM ÁGUA REPRESENTA ESSA LAVAGEM INTERIOR FEITA PELO ESPÍRITO SANTO.

SE VOCÊ NÃO FOR DE FATO CONVERTIDO DO FUNDO DO SEU CORAÇÃO, SE O SEU CORAÇÃO NÃO FOI CIRCUNCIDADO, SE A SUA ALMA NÃO FOI LAVADA DOS PECADOS PELO SANGUE DE JESUS, ENTÃO VOCÊ ESTÁ NUMA GUERRA PERDIDA.

Nesse caso, o seu inimigo não são os principados e potestades, mas o próprio Deus, que resiste aos soberbos e estende a sua mão contra aqueles que, mesmo tendo nascido no povo da aliança, não querem andar de acordo com os termos da aliança, não querem viver para a sua glória.

POR ISSO A PRIMEIRA COISA QUE TEMOS DE FAZER ANTES DE IR PARA A GUERRA, ANTES DE DIZER QUE QUEREMOS VIVER COMO CRISTÃOS, É RESPONDER A ESTA PERGUNTA BÁSICA E FUNDAMENTAL: “EU SOU REALMENTE DE DEUS, FAÇO PARTE DE FATO DESSE POVO?”

A CELEBRAÇÃO DA PÁSCOA E A CESSAÇÃO DO MANÁ 

A celebração da Páscoa 

Josué 5:10 NVI - Na tarde do décimo quarto dia do mês, enquanto estavam acampados em Gilgal, na planície de Jericó, os israelitas celebraram a Páscoa.

A data seria em torno do mês de março; o dia seria 14, porque esse foi estabelecido por Deus em Êxodo 12:1-13. (Deus havia determinado ao povo de Israel, na noite em que eles haveriam de sair do Egito sob o comando de Moisés, que no dia 10 eles separariam um cordeiro e que no dia 14 a nação toda, cada um na sua casa, mataria o cordeiro.) Precisava ser um cordeiro de 1 ano, sem defeito, sem manchas; ele deveria ser assado, não cozido; e deveria ser comido com pão sem fermento e ervas amargas; e o israelita tinha de comer aquilo vestido para a viagem (sandália e túnica) e com um cajado na mão, para viajar, sair do Egito, sob a liderança de Moisés.

Aquilo representava a libertação da escravidão, uma nova vida; era isso que a Páscoa representava, a libertação através do sangue do Messias que haveria de vir. Deus disse a Moisés que era para o povo celebrar a Páscoa continuamente, para lembrar-se do Deus libertador. Ao comer a Páscoa — o cordeiro, o pão e as ervas —, o israelita tinha então essa comunhão com o Deus todo-poderoso.

Eles ficaram quarenta anos no deserto sem celebrar a Páscoa, porque somente quem era circuncidado podia celebrá-la. Essa também é uma das razões pelas quais só admitimos que participe da ceia quem já é batizado. ELES TINHAM FICADO QUARENTA ANOS SEM COMER A PÁSCOA PORQUE NÃO ERAM CIRCUNCIDADOS, MAS AGORA QUANDO ELES ENTRAM NA TERRA, ATRAVESSANDO O JORDÃO, SOB O COMANDO DE JOSUÉ, PRECISAM RENOVAR A PRESENÇA DO DEUS TODO-PODEROSO EM SEU MEIO. POR ISSO ENTÃO JOSUÉ DIZ PARA CELEBRAREM A PÁSCOA, LEMBRANDO O QUE DEUS FEZ POR ISRAEL; E, AO COMEREM ESSA PÁSCOA, A PRESENÇA DE DEUS ESTARIA ALI.

Para nós, cristãos, o significado é exatamente igual: DA MESMA FORMA QUE A CIRCUNCISÃO FOI SUBSTITUÍDA PELO BATISMO, A PÁSCOA FOI SUBSTITUÍDA PELA CEIA. A PÁSCOA ERA UMA FESTA TÍPICA, SIMBÓLICA, QUE APONTAVA PARA O SACRIFÍCIO DE CRISTO. CELEBRAMOS A CEIA, QUE É AQUILO QUE A PÁSCOA REPRESENTAVA, O SÍMBOLO DO SACRIFÍCIO DE CRISTO EM NOSSO LUGAR. POR CAUSA DO CALENDÁRIO LITÚRGICO, DURANTE O ANO, QUANDO CHEGA A PÁSCOA, FALARMOS EM CELEBRAR A PÁSCOA, MAS CELEBRAMOS A PÁSCOA TODA VEZ QUE CELEBRAMOS A CEIA.

Com o mesmo significado então, QUANDO CELEBRAMOS A CEIA, PARTICIPAMOS COM FÉ E GRATIDÃO, LEMBRANDO QUE PERTENCEMOS A DEUS E PROCURANDO A COMUNHÃO COM ELE. 

O maná para de cair 

Josué 5 NVI
11 - No dia seguinte ao da Páscoa, nesse mesmo dia, eles comeram pães sem fermento e grãos de trigo tostados, produtos daquela terra.
12 - UM DIA DEPOIS DE COMEREM DO PRODUTO DA TERRA, O MANÁ CESSOU. JÁ NÃO HAVIA MANÁ PARA OS ISRAELITAS, E NAQUELE MESMO ANO ELES COMERAM DO FRUTO DA TERRA DE CANAÃ.

Durante aqueles quarenta anos no deserto, Deus mandou pão do céu, o famoso maná, do qual eles se alimentavam diariamente; agora, pela primeira vez, a nação se alimenta dos frutos da Terra Prometida. Eles colheram trigo, fizeram pães, tostaram cereal e, no dia seguinte, o maná cessou. Os cereais que eles comeram — provavelmente havia frutas também — eram uma espécie de amostra da fartura daquela descrita como “terra que dá leite e mel” (5:6), uma amostra daquilo que Deus haveria de dar para eles.

Aquela geração comeu pela primeira vez do fruto de Canaã. A refeição visava encorajá-los e animá-los, visto que já haviam passado o Jordão, já estavam na terra e começavam a comer do fruto dela. É como se a ponte que os ligava ao passado tivesse arrebentado: a comida deles veio do céu durante quarenta anos, mas agora, com a terra diante deles, deveriam plantar para colher. No deserto não havia como fazer isso, mas a partir daquele momento sim.

TEMOS NESSE EVENTO UMA LIÇÃO MUITO IMPORTANTE A RESPEITO DOS MILAGRES. MUITOS QUEREM MILAGRES O TEMPO TODO, MAS TENHO A IMPRESSÃO DE QUE DEUS NÃO FAZ MILAGRE O TEMPO TODO, ESPECIALMENTE QUANDO PODEMOS RESOLVER A SITUAÇÃO COM OS RECURSOS QUE ELE NOS DÁ. EM VEZ DE FICAR ESPERANDO, POR EXEMPLO, DINHEIRO CAIR DO CÉU, DEVEMOS TRABALHAR, ESTUDAR, NOS PREPARAR, FAZER DAR FRUTOS AS CAPACIDADES, DONS E TALENTOS COM QUE FOMOS AGRACIADOS.

Hoje Deus já nos dá uma amostra da fartura que haverá na glória, na Canaã celestial. JÁ EXPERIMENTAMOS NESTE MUNDO AS PRIMÍCIAS DO ESPÍRITO, DEUS NOS DÁ UM GOSTINHO DO QUE É O CÉU; JÁ EXPERIMENTAMOS AQUI UM POUCO DO QUE É O AMOR, A PAZ, O PERDÃO, A SANTIDADE, A ALEGRIA, A COMUNHÃO COM CRISTO. NÃO PLENAMENTE, CLARO, POIS NÃO VAMOS EXPERIMENTAR ESSAS COISAS DE FORMA PLENA NESTE MUNDO, MAS RECEBEMOS AMOSTRAS DAQUILO QUE ELE TEM RESERVADO PARA NÓS. E DEUS FAZ ISSO PARA NOS INCENTIVAR A PROSSEGUIR. TUDO ISSO NOS ANIMA E ENCORAJA, E É COM ESSE GOSTINHO QUE PARTIMOS PARA A LUTA.

OS TRÊS PONTOS DA PREPARAÇÃO DE ISRAEL ANTES DE ENTRAR EM GUERRA CONSISTIAM EM UMA PREPARAÇÃO ESPIRITUAL: A CIRCUNCISÃO, REPRESENTANDO QUE SOMOS DE DEUS; A CELEBRAÇÃO DA PÁSCOA, REPRESENTANDO A COMUNHÃO COM O SENHOR E A LEMBRANÇA DA LIBERTAÇÃO; E O COMER DOS FRUTOS DA TERRA PELA PRIMEIRA VEZ, SIMBOLIZANDO A FUTURA PLENITUDE DA TERRA E NOS ENCORAJANDO A AVANÇAR.


JOSUÉ NÃO TREINOU GOLPES NEM AFIOU ESPADAS, MAS ELE CIRCUNCIDOU O POVO E FEZ TODA ESSA PREPARAÇÃO ESPIRITUAL. A MESMA COISA VALE PARA NÓS HOJE. NÃO PODEMOS ESPERAR VIVER A NOSSA VIDA NESTE MUNDO SEM QUE ESTEJAMOS PREPARADOS. DEVEMOS REFLETIR SE SOMOS DE DEUS, SE TEMOS COMUNHÃO COM ELE E SE JÁ ESTAMOS PROVANDO DO FRUTO DA CANAÃ CELESTIAL.

O PRÍNCIPE DO EXÉRCITO DO SENHOR 

Josué 5 NVI
A Queda de Jericó
13 - ESTANDO JOSUÉ JÁ PERTO DE JERICÓ, OLHOU PARA CIMA E VIU UM HOMEM EM PÉ, EMPUNHANDO UMA ESPADA. Aproximou-se dele e perguntou-lhe: “Você é por nós, ou por nossos inimigos?”
14 - “Nem uma coisa nem outra”, respondeu ele. “VENHO NA QUALIDADE DE COMANDANTE DO EXÉRCITO DO SENHOR.” Então Josué prostrou-se com o rosto em terra, em sinal de respeito, e lhe perguntou: “QUE MENSAGEM O MEU SENHOR TEM PARA O SEU SERVO?”
15 - O comandante do exército do Senhor respondeu: “TIRE AS SANDÁLIAS DOS PÉS, POIS O LUGAR EM QUE VOCÊ ESTÁ É SANTO”. E Josué as tirou.

LOGO DEPOIS DESSE PERÍODO DE PREPARAÇÃO, DEUS APARECE PARA JOSUÉ E O ENCORAJA, DIZENDO QUE SEGUIRIA COM ELES (5:13-15), O QUE VEREMOS NO INÍCIO DO CAPÍTULO SEGUINTE. E ISSO NOS TRAZ CONFIANÇA, PORQUE, DIANTE DESSES TESTES [QUE A BÍBLIA APRESENTA E A VIDA NOS MOSTRA COTIDIANAMENTE], MUITAS VEZES NOS SENTIMOS FRACASSADOS E TEMEROSOS, MAS A NOSSA ESPERANÇA É DE QUE O NOSSO DEUS ESTÁ CONOSCO.

ENTREGUE SUAS PREOCUPAÇÕES AO SENHOR, E ELE O SUSTERÁ; JAMAIS PERMITIRÁ QUE O JUSTO VENHA A CAIR (Salmos 55:22 NVI)

ELE PODE NOS LEVANTAR, NOS CONVERTER, NOS TRANSFORMAR E DESEJA ESTAR EM NOSSO MEIO. POR ISSO PODEMOS NOS CHEGAR A ELE ARREPENDIDOS E TAMBÉM ESPERANÇOSOS, E COLOCAR NOSSA VIDA DIANTE DELE DIZENDO QUE QUEREMOS PERTENCER A ELE, VIVER PARA A SUA GLÓRIA E TER COMUNHÃO COM ELE. Que o Senhor aplique essa Palavra em nosso coração, para que vivamos para glorificá-lo, como povo de Deus.

NO CAPÍTULO CINCO, CHEGAMOS À SEGUNDA PARTE DA CONQUISTA DA TERRA.

Enquanto os israelitas pensavam em se mudar para tomar posse dessa terra, viram a tremenda cidade de Jericó com suas enormes muralhas. Enquanto Jericó foi o primeiro obstáculo visível em seu caminho, não foi a primeira coisa que Israel teve que lidar. Eles tinham algo a fazer em suas próprias vidas primeiro. DEUS NUNCA COMEÇA SUA CONQUISTA COM O PROBLEMA EXTERNO. VOCÊ DESCOBRIRÁ QUE ELE COMEÇA COM VOCÊ; VOCÊ É O PRIMEIRO PROBLEMA.

É ainda neste mesmo capítulo 5, v. 13, que se inicia a segunda divisão referida antes assim:

OS CAPÍTULOS CINCO A VINTE E UM COBREM A CONQUISTA DA TERRA POR ISRAEL ATRAVÉS DE MUITAS BATALHAS E CONFLITOS QUANDO ELES CHEGARAM À TERRA DA PROMESSA.

Antes de entrar nestes versículos da segunda divisão do Livro, vale rememorar que havia três coisas que o povo de Israel tinha que fazer antes que pudesse destruir o inimigo na terra. Primeiro, eles tiveram que ser circuncidados. Toda a geração que havia sido circuncidada no Egito havia morrido no deserto. Toda uma nova geração cresceu incircuncisa; assim, quando eles chegaram à terra, o primeiro ato foi como circuncisão. Como sabemos, a circuncisão do Novo Testamento é uma imagem de um coração rendido - um coração no qual a confiança na carne foi posta de lado, cortada - um coração circuncidado. (Romanos 2:29).

A segunda coisa que eles precisavam fazer era celebrar a Páscoa pela primeira vez desde que haviam saído do deserto. A Páscoa é uma lembrança da noite em que o Senhor e o anjo da morte passaram pelas casas dos israelitas no Egito porque estavam protegidos pelo sangue que o protegia do cordeiro. Também mostra um coração agradecido que se lembra daquele dia de libertação em que Cristo se tornou nosso sacrifício de Páscoa por nós.

Após a celebração da Páscoa, veio uma nova comida. O maná que os sustentara no deserto cessou no dia seguinte à sua entrada na terra, e eles começaram a comer do milho e da comida satisfatórios da terra. Tanto quanto posso descobrir, a coisa mais próxima que temos para maná hoje são flocos de milho. Como você gostaria de flocos de milho no café da manhã, almoço e jantar todos os dias por quarenta anos? Eles estavam cansados ​​de flocos de milho quando chegaram à terra de Canaã. E, de fato, nunca foi destinado a ser a comida deles por quarenta anos. Alimentavam-se daquilo que sustentava suas forças, mas nunca as satisfazia. Mas quando eles entraram na terra, encontraram o que satisfaz.

Finalmente, antes de sua conquista começar, Josué teve que planejar a estratégia para tomar a cidade de Jericó. Ele deve ter se sentido um homem perplexo e confuso. Como ele pôde tomar essa cidade enorme e murada com esse "exército" de pessoas, sem treinamento em batalha.

AO OLHAR O LUAR SOBRE A CIDADE, VIU UM HOMEM PARADO ALI COM UMA ESPADA DESEMBAINHADA E DISSE-LHE: "VOCÊ ESTÁ DO NOSSO LADO OU DO LADO DO INIMIGO?" O HOMEM DISSE: "NÃO; MAS COMO COMANDANTE DO EXÉRCITO DO SENHOR, AGORA EU VIM. '"(JOSUÉ 5:14) OU SEJA, "EU NÃO VIM PARA TOMAR PARTIDO, MAS VIM PARA ASSUMIR. NÃO É SEU TRABALHO PLANEJAR A ESTRATÉGIA DA BATALHA. ESSE É O MEU TRABALHO. ENTREGUEI A CIDADE DE JERICÓ EM SUAS MÃOS."

Até aqui, TEMOS OBSERVADO DEUS FALANDO COM FREQUÊNCIA A JOSUÉ, MAS NÃO LEMOS, ATÉ ESSE PONTO, ACERCA DE QUALQUER APARIÇÃO DA GLÓRIA DE DEUS A ELE. AGORA QUE SUAS DIFICULDADES AUMENTARAM, SEU ÂNIMO AUMENTOU PROPORCIONALMENTE.

Ele foi favorecido com essa visão. Ela ocorreu imediatamente após ter realizado as grandes solenidades da circuncisão e da Páscoa. Então, Deus se revelou a ele. PODEMOS CONTAR COM AS DESCOBERTAS DA GRAÇA DIVINA QUANDO ESTIVERMOS ENVOLVIDOS EM NOSSO SERVIÇO E FORMOS DILIGENTES E SINCEROS EM NOSSOS DEVERES SANTOS.

O lugar onde ele teve a visão: FOI AO PÉ DE JERICÓ. E m Jericó, esse é o significado da palavra. Nela, PELA FÉ E ESPERANÇA, EMBORA AINDA NÃO TIVESSE COMEÇADO A SITIÁ-LA; NELA, EM PENSAMENTO E EXPECTATIVA; OU NOS CAMPOS DE JERICÓ, JUNTO À CIDADE. LÁ, PELO QUE PARECE, ELE ESTAVA SOZINHO, DESTEMIDO DE QUALQUER PERIGO, PORQUE ESTAVA SEGURO DA PROTEÇÃO DIVINA. Lá, ele estava (alguns pensam) meditando e orando. E ÀQUELES QUE ESTÃO ENVOLVIDOS DESSA FORMA, DEUS FREQUENTEMENTE SE MANIFESTA DE MANEIRA GRACIOSA. Ou talvez ele lá estivesse dando uma olhada na cidade, para observar suas fortificações e planejar como atacá-la. E talvez ele estivesse absorto em como conquistar a cidade, quando Deus veio e o orientou. DEUS AJUDAM AQUELES QUE SE AJUDAM A SI PRÓPRIOS.

Josué estava no posto como general, quando Deus veio e se tornou conhecido como Chefe supremo. Josué, como é usual com aqueles que estão pensativos e inquietos, estava olhando para baixo, seus olhos fixados no chão, quando de repente foi surpreendido com a aparição de um homem que estava parado diante dele a uma pequena distância. Isso o obrigou a levantar os olhos e interromper a sua meditação (v. 13). Ele apareceu a Josué como homem, mas um homem imponente, alguém digno de ser notado.

1. Temos motivos para pensar que esse homem era o Filho de Deus, a Palavra eterna, que, antes de assumir a natureza humana, frequentemente aparecia em forma humana.

2. Ele apareceu aqui como um soldado. Ele tinha na mão uma espada nua. A Abraão, em sua tenda, Ele apareceu como um viajante; a Josué, no campo, como um homem de guerra. Cristo será para o seu povo o que a fé deles espera e deseja. Cristo tinha sua espada desembainhada, o que servia: (1) Para justificar a guerra em que Josué estava empenhado, e mostrar a ele que era Deus que o estava comissionando para matar. Quando o soberano desembainha a espada, está anunciando guerra e autorizando o súdito a fazer o mesmo. A espada pode ser desembainhada quando Cristo a desembainha, e dá o estandarte àqueles que o temem, para o arvorarem no alto pela causa da verdade (SI 60:4 - 4Mas aos que te temem deste um sinal para que fugissem das flechas). (2) Para encorajá-lo a lutar com vigor, porque a espada de Cristo desembainhada em sua mão indica quão pronto Ele está para a defesa e salvação do seu povo, que, por meio dele, lutará corajosamente. Sua espada se volta para todos os lados.

A pergunta ousada com que Josué se dirigiu a ele. Ele não enviou um servo, mas ele mesmo se aproximou e perguntou: Es tu dos nossos ou dos nossos inimigos? Isso mostra sua prontidão para acolhê-lo se Ele estivesse do lado deles, e para lutar com Ele se estivesse contra eles.

Isso mostra, em primeiro lugar, sua grande coragem e determinação. Ele não estava perturbado com o repentino aparecimento, nem amedrontado com a majestade e bravura que sem dúvida apareciam no semblante da pessoa que via. Mas, com a presença de espírito de um general, fez essa pergunta justa a Ele. Deus tinha mandado Josué ser corajoso, e por meio desse ato isso se configurou. Porque O QUE DEUS PELA SUA PALAVRA EXIGE DO SEU POVO, ELE PELA SUA GRAÇA OPERA NELES.

Em segundo lugar, isso mostra sua grande preocupação com o povo e sua causa. Josué envolveu-se a tal ponto com o interesse de Israel, que ninguém poderia permanecer perto dele com o rosto de um homem sem ele saber se era amigo ou inimigo. Poderia ter sido um inimigo, um Golias que veio para afrontar os exércitos do Deus vivo? (1 Sm 17:26), e para desafiá-lo. Assim, somos capazes de pensar que é contra nós aquilo que é por nós. A pergunta claramente implica que a causa entre os israelitas e os cananeus, entre Cristo e o inimigo, não permite neutralidade. AQUELE QUE NÃO É CONTRA NÓS É POR NÓS.

O relato que Ele deu de si mesmo (v. 14). “Não pelos seus adversários, pode estar certo, mas venho agora como Príncipe do Exército do Senhor, não só você como amigo, mas acima de você como comandante-em-chefe.” Aqui estavam agora, como antigamente (Gn 32:2 NVI - Quando Jacó os avistou, disse: “Este é o exército de Deus!” Por isso deu àquele lugar o nome de Maanaim), Maanaim, dois exércitos, um exército de israelitas pronto para travar combate com os cananeus e um exército de anjos para protegê-los naquele lugar, e Ele, como capitão dos dois, conduz os exércitos de Israel e o exército dos anjos no seu socorro.

Talvez em alusão a isso Cristo seja chamado de o Príncipe da nossa salvação (Hb 2:10 NVI - Ao levar muitos filhos à glória, convinha que Deus, por causa de quem e por meio de quem tudo existe, tornasse perfeito, mediante o sofrimento, o autor da salvação deles.) e um príncipe e governador dos povos (Is 55:4 NVI - Vejam, eu o fiz uma testemunha aos povos, um líder e governante dos povos.).

AQUELES QUE TÊM UM PRÍNCIPE COMO ESSE CERTAMENTE SERÃO VITORIOSOS. Ele agora veio como príncipe para inspecionar as tropas, animá-las, e dar as ordens necessárias para sitiar Jericó.

O grande respeito que Josué mostrou por Ele quando entendeu quem era. É possível que ele tenha percebido, não só pelo que disse, mas devido a algumas outras indicações perceptíveis, que Ele era uma pessoa divina, e não um homem.

1. Josué prestou homenagem a Ele: Ele se prostrou sobre o seu rosto na terra, e o adorou. Josué era o general das forças de Israel, e, não obstante, ele nem cogitou olhar com ciúme para esse estrangeiro, respeitando-o como príncipe do exército do Senhor. Ele não cogitou questionar seus direitos, mas alegremente submeteu-se a Ele como seu comandante. UM HOMEM TORNA-SE GRANDE QUANDO SE TORNA HUMILDE E RESPEITOSO NA SUA ATITUDE PARA COM DEUS.

2. Josué pediu para receber ordens e orientações dele: Que diz meu Senhor ao seu servo? Sua pergunta anterior não era mais ousada e militar do que essa era piedosa. Também não era um menosprezo à grandiosidade do espírito de Josué humilhar-se quando estava diante de Deus. Mesmo cabeças coroadas não conseguem curvar-se demais diante do trono do Senhor Jesus, que é o Rei dos reis (SI 2:10-11; 122:10-11; Ap 19:16). (1) A relação que ele reconhece entre si e Cristo, que Cristo era o seu Senhor, e ele, seu servo e sob o seu comando; Cristo é o seu Príncipe, e ele, um soldado debaixo dele, para fazer o que Ele mandar (Mt 8:9). O FUNDAMENTO DE TODA OBEDIÊNCIA ACEITÁVEL É REFLETIDO EM UMA DEDICAÇÃO SINCERA DE NÓS MESMOS COMO SERVOS A JESUS CRISTO COMO NOSSO SENHOR (SI 16:2 NVI - Ao Senhor declaro: “Tu és o meu Senhor; não tenho bem nenhum além de ti”.). (2) A indagação que ele faz de acordo com essa relação: Que diz meu Senhor? Isso implica em um desejo sincero de conhecer a vontade de Cristo, e em uma prontidão e determinação alegres em realizá-la. Josué se considera um oficial inferior e está pronto para receber ordens. Essa sua disposição de ânimo mostra que está apto para o posto que ocupa. AQUELES QUE SABEM OBEDECER ESTÃO MAIS BEM PREPARADOS PARA COMANDAR.

As expressões de reverência seguintes que esse príncipe divino requereu de Josué (v. 15): Descalça os sapatos de teus pés, como sinal de reverência e respeito (que para nós poderia significar descobrir a cabeça), e como um reconhecimento de uma presença divina, que, enquanto continuava lá, de certa maneira santificava e dignificava o lugar. Temos o costume de dizer, acerca de uma pessoa que admiramos muito, que amamos o chão onde ela está pisando. Assim, Josué deve mostrar sua reverência por essa pessoa divina e não deve pisar aquele lugar onde estava com sapatos sujos (Ec 5:1 NVI - Quando você for ao santuário de Deus, seja reverente (em hebraico: guarde o seu pé). Quem se aproxima para ouvir é melhor do que os tolos que oferecem sacrifício sem saber que estão agindo mal.). SEMPRE QUE NOS ACHEGARMOS A DEUS DEVEMOS APRESENTAR EXPRESSÕES EXTERIORES DE UMA REVERÊNCIA INTERIOR E UM RESPEITO RELIGIOSO POR ELE.

As mesmas ordens que Deus deu a Moisés na sarça ardente, quando Ele o enviou para tirar Israel do Egito (Êx 3:5 NVI - Então disse Deus: “Não se aproxime. Tire as sandálias dos pés, pois o lugar em que você está é terra santa”), Ele aqui dá a Josué, para a confirmação da sua fé na promessa que Ele lhe tinha dado recentemente, de que como tinha estado com Moisés estaria com ele (cap. 1:5). Acaso a presença de Deus estava em Moisés de tal forma, que quando essa presença se tornava sensitiva santificava o solo? Assim ocorria com Josué.

E (finalmente) por meio desse encontro, Ele prepara Josué para receber as instruções em relação ao cerco à cidade de Jericó e à posse da terra, as quais esse príncipe do exército do Senhor tinha agora vindo dar a Israel.

Continua na Parte VI (A tomada de Jericó)

Fonte:
1. NICODEMUS, Augustus. A conquista da terra prometida: a mensagem de Josué para a igreja de hoje. – São Paulo: Vida Nova, 2017.
2. Matthew Henry’s Commentary on the whole Bible - Volume II - Joshua to Esther. Domínio publico. Trad. Valdemar Kroker, Haroldo Janzen, Degmar Ribas Júnior. - Rio de Janeiro : Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2010.



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