Josué, o Líder e Estrategista que assumiu o entrar e o apossar-se (Parte IV)

Capítulo 4

Neste capítulo será apresentado mais um princípio encontrado no livro de Josué que pode ser DEUS SEMPRE TOMA PROVIDÊNCIA PARA QUE SEUS GRANDES FEITOS NÃO FIQUEM ESQUECIDOS.
aplicado em nossa vida cristã:

Apresenta-se um relato adicional da passagem miraculosa de Israel através do Jordão. I. A provisão que foi feita para preservar a memória desse milagre, por meio de 12 pedras erguidas no meio do Jordão (v. 9), além de 12 pedras que foram tiradas do Jordão (vv. 1-8). II. A marcha do povo através do leito do Jordão, as duas tribos primeiro, depois todo o povo, e os sacerdotes que levavam a arca por último (vv. 10-14). III. A volta das águas do Jordão ao seu lugar de origem depois da saída da arca (vv. 15-19). IV A edificação do monumento em Gilgal, para preservar a lembrança dessa obra milagrosa para a posteridade (vv. 20-24). 

As Doze Pedras 

A Passagem através do Jordão (vv. 1-9) 

Vimos até aqui que Deus mandou, através de Josué, que os sacerdotes do povo de Israel, portando a Arca, entrassem no rio, pois suas águas haveriam de se abrir. Os sacerdotes tomaram a arca, colocaram os pés na ribanceira do Jordão, e quando fizeram isso, vinte quilômetros acima, o rio se ajuntou em um montão e veio secando até que o povo — em número de um milhão — pôde atravessá-lo a pé enxuto.

Enquanto o povo passava, nos diz Josué 3.17, os sacerdotes ficaram em pé, no meio do leito do rio, segurando a Arca, e todos passaram naquela mesma noite (conforme Josué 4.3). Deus então mandou doze homens (um de cada tribo de Israel), escolhidos previamente, tomarem doze pedras do fundo do rio onde os sacerdotes estavam e levá-las, nas costas, ao acampamento que ficava já na Palestina, do outro lado do Jordão.

Vamos examinar o relato, passo a passo, tratando cada parte por sua vez.

Josué 4 NVI
O Memorial das Doze Pedras
1 - Quando toda a nação terminou de atravessar o Jordão, o Senhor disse a Josué:
2 - “ESCOLHA DOZE HOMENS DENTRE O POVO, UM DE CADA TRIBO,
3 - E MANDE QUE APANHEM DOZE PEDRAS DO MEIO DO JORDÃO, DO LUGAR ONDE OS SACERDOTES FICARAM PARADOS. LEVEM-NAS COM VOCÊS PARA O LOCAL ONDE FOREM PASSAR A NOITE”.
4 - Josué convocou os doze homens que escolhera dentre os israelitas, um de cada tribo,
5 - e lhes disse: “PASSEM ADIANTE DA ARCA DO SENHOR, O SEU DEUS, ATÉ O MEIO DO JORDÃO. PONHA CADA UM DE VOCÊS UMA PEDRA NOS OMBROS, CONFORME O NÚMERO DAS TRIBOS DOS ISRAELITAS.
6 - ELAS SERVIRÃO DE SINAL PARA VOCÊS. NO FUTURO, QUANDO OS SEUS FILHOS PERGUNTAREM: ‘QUE SIGNIFICAM ESSAS PEDRAS?’,
7 - RESPONDAM QUE AS ÁGUAS DO JORDÃO FORAM INTERROMPIDAS DIANTE DA ARCA DA ALIANÇA DO SENHOR. QUANDO A ARCA ATRAVESSOU O JORDÃO, AS ÁGUAS FORAM INTERROMPIDAS. ESSAS PEDRAS SERÃO UM MEMORIAL PERPÉTUO PARA O POVO DE ISRAEL”.
8 - Os israelitas fizeram como Josué lhes havia ordenado. Apanharam doze pedras do meio do Jordão, conforme o número das tribos de Israel, como o Senhor tinha ordenado a Josué; e as levaram ao acampamento, onde as deixaram.
9 - JOSUÉ ERGUEU TAMBÉM DOZE PEDRAS QUE HAVIAM ESTADO NO MEIO DO JORDÃO, NO LOCAL ONDE OS SACERDOTES QUE CARREGAVAM A ARCA DA ALIANÇA TINHAM FICADO. E ELAS ESTÃO LÁ ATÉ HOJE.

Podemos imaginar quão ocupados Josué e todos os homens de guerra estavam enquanto passavam o Jordão. Além de eles próprios estarem marchando para dentro do território inimigo, e diante da face do inimigo, o que certamente gerava muitos pensamentos, eles também tinham suas esposas, filhos, família, o gado, as tendas, e o restante das bagagens. Eles tinham que passar por esse estranho e não trilhado caminho, que possivelmente era ou muito enlameado ou muito pedregoso, incômodo para os fracos e assustador para os medrosos. A descida até o fundo do rio e a subida íngreme devem ter dado muito trabalho e inquietação a todos, principalmente a Josué. E, não obstante, no meio de toda essa inquietação, todas as providências precisam ser tomadas para perpetuar a lembrança dessa obra maravilhosa de Deus, e esse cuidado não podia ser adiado para um tempo mais tranquilo. Observe: INDEPENDENTEMENTE DE QUÃO OCUPADOS COM O NOSSO TRABALHO E NOSSAS FAMÍLIAS ESTIVERMOS, NÃO DEVEMOS NEM NEGLIGENCIAR NEM OMITIR O QUE TEMOS QUE FAZER PARA A GLÓRIA DE DEUS E O SEU SERVIÇO, PORQUE ESSE É O NOSSO MELHOR TRABALHO.

O texto é muito rico em lições, mas o centro da narrativa são as doze pedras que foram tiradas do leito do rio e erigidas em monumento em Gilgal, na presença de todo o povo e em frente à cidade de Jericó. Mas por que Deus mandou que Josué retirasse doze pedras do leito do Jordão para que, quando chegasse, fizesse um monumento com elas?

Podemos pensar em pelo menos três razões ligadas ao povo de Israel. Primeiramente, aquele monumento serviria para manter viva na mente dos israelitas aquela ocasião histórica e única. É o que está dito em Josué 4:6-7: “e isto será por sinal entre vós; e quando vossos filhos no futuro perguntarem: Que significam estas pedras?, direis a eles que as águas do Jordão foram interrompidas diante da arca da aliança do SENHOR; quando ela passou pelo Jordão, as águas foram interrompidas; e estas pedras serão para sempre um memorial aos israelitas”.

É óbvio, então, que a primeira intenção de Deus era que aquela coluna servisse para manter na memória do povo aquilo que ele havia feito. Depois, o monumento serviria de ensino para as futuras gerações: “… e falou aos israelitas: No futuro, quando vossos filhos perguntarem a seus pais: Que significam estas pedras?, contareis a vossos filhos, dizendo: Israel atravessou este Jordão a pé enxuto. Porque o SENHOR, vosso Deus, fez secar as águas do Jordão diante de vós, até que atravessásseis, assim como fez ao mar Vermelho, ao qual fez secar perante nós, até que o atravessássemos…” (vv. 21-23).

Isso é repetido no começo e no final do capítulo, pois Deus não queria um memorial somente para que aquela geração se lembrasse da travessia do Jordão a pé enxuto, mas para que servisse de ensino para os filhos, que não testemunharam o episódio. Aquelas pedras serviriam como base para uma lição de história, representando o que acontecera ao povo antes de seus filhos nascerem.

Existe também uma terceira razão: aquele memorial serviria de testemunho aos povos inimigos do poder de Deus: “para que todos os povos da terra saibam que a mão do SENHOR é forte; a fim de que também temais o SENHOR, vosso Deus, para sempre” (v. 24).

O MEMORIAL DE PEDRAS FICARIA ALI TAMBÉM PARA LEMBRAR QUE O DEUS DE ISRAEL ERA MAIS FORTE QUE OS DEUSES DE CANAÃ, E QUE NÃO HAVIA NENHUM OUTRO DEUS SEMELHANTE A ELE.

Que a posteridade saiba, por meio desse monumento, que as águas do Jordão foram divididas, porque essas pedras foram tiradas de lá. Na instituição de sinais, Deus sempre escolheu aquilo que era mais apropriado e significativo, em vez daquilo que era pomposo e curioso. Porque Deus escolheu as coisas loucas deste mundo. Esses doze homens, depois de passarem o Jordão, são enviados de volta para o lugar onde a arca estava parada, recebendo permissão para chegar perto dela (o que não era permitido aos outros) para esse serviço: “Passai diante da, arca (v. 5), isto é, na presença da arca, que agora está colocada no meio do Jordão, e de lá ide buscar essas pedras”. 4. O uso dessas pedras serve aqui como um sinal (v. 6), um memorial (v. 7). Elas dariam oportunidade para os filhos perguntarem aos seus pais no futuro: Como essas pedras vieram parar aqui? (provavelmente, o lugar onde estavam não era muito pedregoso), e então os pais informariam aos filhos, como eles próprios tinham sido informados, que nesse lugar o Jordão havia sido divido pelo poder sobrenatural de Deus, para que Israel pudesse entrar em Canaã (v. 22ss.)

Por meio dessas pedras, Deus deu a eles posse legal dessa terra boa. Essa terra agora pertence a eles. Eles devem entrar e tomar posse dela. O que esses 12 fizeram, os filhos de Israel também deveriam fazer (v. 8), porque aqueles eram os representantes das suas respectivas tribos.

Em referência a isso, podemos observar que QUANDO O SENHOR JESUS, NOSSO JOSUÉ, TENDO VENCIDO A SEVERIDADE DA MORTE E SECADO ESSE JORDÃO, ABRIU O REINO DOS CÉUS PARA TODOS OS CRENTES, ELE DESIGNOU SEUS 12 APÓSTOLOS DE ACORDO COM O NÚMERO DAS TRIBOS DE ISRAEL, POR MEIO DO MEMORIAL DO EVANGELHO, PARA TRANSMITIR O CONHECIMENTO DISSO A LUGARES REMOTOS E ERAS FUTURAS.

O QUE É QUE TUDO ISSO TEM A VER CONOSCO, NO ENTANTO? SERÁ QUE ESSAS DOZE PEDRAS REPRESENTAM ALGO PARA NÓS NESSA HISTÓRIA? NÃO SABEMOS NEM MAIS ONDE ELAS ESTÃO; DEPOIS DE QUATRO MIL ANOS OU MAIS, ELAS PROVAVELMENTE JÁ SE DESLOCARAM DO CORAÇÃO DO LEITO DO JORDÃO, E O MEMORIAL DE PEDRAS EM GILGAL NÃO EXISTE MAIS. 

O nosso Deus é todo-poderoso 

Os milagres dos quais a Bíblia fala aconteceram; trata-se de fatos históricos, e não de mitos ou lendas. Não foram invenção da nação de Israel. Veja que o autor se preocupa em dar os detalhes relativos a datas e distâncias, por exemplo. Há detalhes que revelam que quem escreveu viu e foi testemunha pessoal do milagre.

Quando lemos as lendas de criação do mundo, como a de Gilgamesh, da Babilônia, ou do Egito, percebemos claramente seu caráter mitológico, e que a narrativa não está ancorada na história. Quando lemos os relatos bíblicos, porém, há detalhes sobre datas, locais e fatos históricos da época. Aquelas doze pedras, então, nos fazem lembrar que o nosso Deus é todo-poderoso. Ele intervém, abre rios e mares e faz o que quer — nada lhe é impossível. 

Corremos o risco de esquecer de Deus e de seus atos 

Se lembrar fosse fácil e natural, Deus não teria mandado erguer um monumento para que o povo se lembrasse do que aconteceu. Sabemos, no entanto, a facilidade que temos para nos esquecer das coisas grandes que Deus fez. Tanto é que na geração seguinte à de Josué, que já é a geração dos juízes (você pode ler o livro na sequência de Josué), a realidade era outra: “… surgiu outra geração que não conhecia o SENHOR, nem o que ele havia feito por Israel.

Então os israelitas fizeram o que era mau aos olhos do SENHOR e cultuaram os baalins. Abandonaram o SENHOR, Deus de seus pais, que os havia tirado da terra do Egito, seguiram os deuses dos povos ao redor e os adoraram. Assim, provocaram a ira do SENHOR, abandonando-o e cultuando Baal e Astarote” (Jz 2:10-13).

UMA GERAÇÃO FOI SUFICIENTE PARA QUE ELES ESQUECESSEM QUE SEUS PAIS HAVIAM ATRAVESSADO O RIO A PÉ ENXUTO PELO PODER DE DEUS! NÃO FOI À TOA QUE O SENHOR PEDIU QUE FIZESSEM O MEMORIAL, POIS SABIA QUE O POVO NÃO SE LEMBRARIA DELE. E NÃO DEU OUTRA: JOSUÉ MORREU E O POVO ESQUECEU. CADA UM PASSOU A SEGUIR O DEUS QUE QUERIA.

DEUS NOS DEU A BÍBLIA PARA QUE, POR LER SEU CONTEÚDO, NÃO NOS ESQUEÇAMOS DE QUEM ELE É, DO QUE ELE FEZ, DO QUE ELE NOS OFERECE E DO QUE ELE NOS PEDE. Quando a igreja se esquece de Deus e dos seus atos, ela se perde, se seculariza e se torna um clube, uma convenção ou uma instituição social. NÃO PODEMOS ESQUECER QUEM É O NOSSO DEUS E O QUE ELE FEZ POR NÓS. Não podemos esquecer por que ele nos chamou, nos fez igreja, realizou atos poderosos na história e mandou seu Filho ao mundo. 

O nosso socorro vem do Senhor 

A nação de Israel estava diante do obstáculo intransponível que era o rio Jordão, mas a Arca do Senhor foi à frente, cortou as águas e o povo passou. A Arca simbolizava a presença de Deus e a sua aliança conosco.

SÃO EVENTOS COMO ESSES NARRADOS EM JOSUÉ QUE NOS FAZEM LEMBRAR QUE O NOSSO SOCORRO VEM DO SENHOR. A NOSSA ESPERANÇA NÃO ESTÁ NO MUNDO, NOS GOVERNOS, EM INSTITUIÇÕES COMO A ONU OU ORGANIZAÇÕES DE LIBERDADE RELIGIOSA, MAS, SIM, NO SENHOR QUE CRIOU OS CÉUS E A TERRA. Essa passagem bíblica, entre outras, nos lembra que, em momentos de crise, ele socorreu a sua igreja quando ela estava diante do Jordão.

Por que nós, cristãos, muitas vezes atravessamos a vida desanimados, desiludidos, sem perspectivas ou sonhos? A resposta é que esquecemos por que a Bíblia nos foi dada. Pense no memorial de doze pedras: Deus queria que seus feitos não fossem esquecidos. Ele queria ser lembrado de geração em geração para que cada uma delas clamasse a Deus. Ele queria que lembrássemos que ele é o mesmo ontem e hoje, e que será eternamente o nosso socorro e auxílio.


Josué 4 NVI
10 - Os sacerdotes que carregavam a arca permaneceram em pé no meio do Jordão até que o povo fez tudo o que o Senhor ordenara a Josué, por meio de Moisés. E o povo atravessou apressadamente.
11 - Quando todos tinham acabado de atravessar, a arca do Senhor e os sacerdotes passaram para o outro lado, diante do povo.
12 - OS HOMENS DAS TRIBOS DE RÚBEN, DE GADE E DA METADE DA TRIBO DE MANASSÉS ATRAVESSARAM PREPARADOS PARA LUTAR, À FRENTE DOS ISRAELITAS, COMO MOISÉS OS TINHA ORIENTADO.
13 - CERCA DE QUARENTA MIL HOMENS PREPARADOS PARA A GUERRA PASSARAM PERANTE O SENHOR, RUMO À PLANÍCIE DE JERICÓ.
14 - NAQUELE DIA O SENHOR EXALTOU JOSUÉ À VISTA DE TODO O ISRAEL; e eles o respeitaram enquanto viveu, como tinham respeitado Moisés.
15 - Então o Senhor disse a Josué:
16 - “Ordene aos sacerdotes que carregam a arca da aliança (do Testemunho. Isto é, das tábuas da aliança) que saiam do Jordão”.
17 - E Josué lhes ordenou que saíssem.
18 - Quando os sacerdotes que carregavam a arca da aliança do Senhor saíram do Jordão, mal tinham posto os pés em terra seca, as águas do Jordão voltaram ao seu lugar e cobriram como antes as suas margens.
19 - NO DÉCIMO DIA DO PRIMEIRO MÊS O POVO SUBIU DO JORDÃO E ACAMPOU EM GILGAL, NA FRONTEIRA LESTE DE JERICÓ.

A Passagem através do Jordão (vv 10-19) 

O historiador inspirado parece estar tão satisfeito com esse assunto aqui, que reluta em prosseguir. Ele é bastante minucioso em sua narrativa, especialmente ao observar quão estritamente Josué seguia as ordens de Deus. O autor deixa claro que Josué não fazia nada sem a direção divina, cumprindo tudo quanto o Senhor [...] mandara (v. 10), conforme tudo quanto Moisés lhe tinha ordenado. Não lemos nada a respeito de qualquer ordem particular que Moisés tivesse dado a Josué a respeito desse assunto: a coisa de modo geral era nova para ele.

ISSO DEVE, PORTANTO, SER ENTENDIDO EM RELAÇÃO ÀS INSTRUÇÕES GERAIS QUE MOISÉS TINHA DADO A ELE PARA SEGUIR A ORIENTAÇÃO DIVINA, PARA ENTREGAR AO POVO AQUILO QUE TINHA RECEBIDO DO SENHOR, E APROVEITAR TODAS AS OPORTUNIDADES PARA LEMBRÁ-LOS DO SEU DEVER PARA COM DEUS, como o melhor retorno para os seus favores a eles. Josué tinha em mente aquilo que Moisés, que agora estava morto, tinha dito a ele e agiu conforme essas ordens. [obediência tanta quanto exercia quanto era ainda ministro de Moisés, durante a sua preparação, tal como descrito no capítulo 1].

É aconselhável para nós termos à disposição as boas instruções que nos foram transmitidas quando necessitarmos delas. E elas veem da Palavra de Deus, no “nosso” livro Santo.

Embora um relato tenha sido dado da sua passagem pelo rio (v. 1), parece que aqui isso é repetido por causa dessa circunstância, que deveria ser acrescentada, de que eles passaram rapidamente. Essa pressa pode ter sido ordenada por Josué por meio dos seus oficiais, uma vez que a passagem deveria ocorrer em um dia e eles não deveriam deixar nem um a unha para trás (Êx 10:25-26 NVI[1]). Mas pode ser que tenha sido sua própria inclinação que os apressava. A inclinação, a excitação, a boa ansiedade de tomar posse da Promessa.

Não se pode negar, pelo conhecimento da própria natureza humana, que contém o medo entre seus principais instintos, que 1. Alguns se apressaram porque não eram capazes de confiar em Deus. Eles estavam com medo de que as águas pudessem voltar e encobri-los, estando conscientes da culpa, e desconfiados do poder e da bondade divinos. 2. Outros, porque não estavam dispostos a colocar Deus à prova para continuar o milagre além do necessário. Também não queriam abusar da paciência dos sacerdotes, que levavam a arca, com um atraso desnecessário. 3. Outros, porque estavam ansiosos para entrar em Canaã e desfrutar dessa terra agradável. 4. Ainda liaria aqueles que não se importavam muito, mas tinham que se apressar porque os outros o faziam. Aquele que crê não se apressa em antecipar os conselhos de Deus, mas ele se apressa em lhes obedecer (Is 28:16 NVI - Por isso diz o Soberano, o Senhor: “Eis que ponho em Sião uma pedra, uma pedra já experimentada, uma preciosa pedra angular para alicerce seguro; aquele que confia, jamais será abalado.)

As duas tribos e meia ficaram na dianteira (vv. 12,13). Foi isso que eles prometeram quando receberam suas terras daquele lado do Jordão (Nm 32:27 NVI - Mas os seus servos, todos os homens armados para a batalha, atravessarão para lutar perante o Senhor, como o meu senhor está dizendo”). E Josué os tinha lembrado ultimamente da sua promessa (cap. 1:12-15). Era justo que aqueles que foram assentados primeiro fossem os primeiros a enfrentar as dificuldades, visto que não tinham o peso das famílias com eles, como era o caso das outras tribos, e que eram homens escolhidos e preparados e armados para a batalha. Era uma boa providência o fato de eles formarem um exército tão forte. Eles seriam um encorajamento para o restante. E essas duas tribos não tinham motivo algum para reclamar: o posto do perigo é o posto da honra.

Notar que quando todas as pessoas haviam passado para o outro lado do rio, os sacerdotes com a arca também saíram do Jordão. Isso, pensaríamos, obviamente deveria ter sido feito. O bom senso lhes dizia que agora não havia mais motivo para ficar lá, mas mesmo assim eles não arredaram pé até que Josué ordenasse que caminhassem. Josué não deu ordens para que saíssem do Jordão até que Deus o orientasse a fazê-lo (vv. 15-17). Os sacerdotes eram tão obedientes a Josué quanto Josué o era a Deus.

ESSA OBEDIÊNCIA ERA SEU LOUVOR, E ELES SE SENTIAM FELIZES POR PODEREM ESTAR DEBAIXO DESSA CONDUÇÃO TÃO BOA. INDEPENDENTEMENTE DO GRAU DE DIFICULDADE A QUE DEUS PODERÁ LEVAR SEUS SACERDOTES OU SEU POVO, QUE ELES ESPEREM COM PACIÊNCIA, ATÉ QUE POR MEIO DA PROVIDÊNCIA DELE SEJAM TIRADOS DELA, COMO OS SACERDOTES AQUI FORAM TIRADOS DO JORDÃO. E QUE ELES NÃO SE CANSEM DE ESPERAR, ENQUANTO TIVEREM O SINAL DA PRESENÇA DE DEUS COM ELES, mesmo sendo a arca do concerto, no fundo da sua adversidade. NÃO SOMOS NÓS QUE SABEMOS A HORA DE FAZER, PARAR, FALAR, CALAR. MAS AO NOS ENTREGARMOS, NOSSOS PASSOS E AÇÕES, SÃO GUIADOS NO ESPÍRITO SANTO. Sim, provavelmente sentiram medo do rio voltar a jorrar e correr, mas A FÉ, COMO É CERTO, É O ANTÍDOTO DO MEDO, E NÃO A CORAGEM.

Tão logo os sacerdotes e a arca saíram do Jor dão, as águas do rio, que ficaram amontoadas, gradualmente voltaram ao seu leito de acordo com a natureza e o curso habitual, e logo o rio voltou ao seu estado normal (v. 18). Isso torna ainda mais claro que a interrupção que ocorrera com o rio não tinha sido por qualquer causa natural secreta, mas puramente pelo poder da presença de Deus e para o bem do seu povo Israel. Porque, depois que Israel passou o rio, e o símbolo da presença de Deus foi removido, imediatamente a água voltou ao seu lugar normal. Assim, se alguém perguntasse: Que [...] tiveste [...] ó Jordão, que tornaste atrás? (SI 114:5), deveria ouvir a seguinte resposta: Foi puramente em obediência ao Deus de Israel e por bondade ao Israel de Deus.

Portanto, não há outro, ó Jesurum , semelhante a Deus [...] Bem-aventurado és tu, ó Israel! Quem é como tu, um povo salvo pelo Senhor? (Dt 33:26-29 NVI[2]). Alguns observam aqui, a título de alusão, que quando a arca e os sacerdotes que a levavam são removidos de qualquer lugar, as comportas são abertas, a defesa é afastada, e uma inundação de julgamentos deve ser esperada em breve. Os incrédulos logo estarão perdidos. A glória é afastada quando a arca é tirada.

Lemos sobre a honra dada a Josué por meio de tudo isso (v. 14): Naquele dia, o Senhor engrandeceu a Josué, tanto pela comunhão que Ele tinha com Josué, falando com ele em todas as ocasiões e estando pronto para ser consultado por ele, como pela autoridade que lhe deu sobre os sacerdotes e o povo. AQUELES QUE HONRAM A DEUS SERÃO HONRADOS POR ELE, E QUANDO ELE EXALTA UM HOMEM, COMO DISSE QUE EXALTARIA A JOSUÉ (CAP. 3.7), ELE O FARÁ DE FATO.

NO ENTANTO, NÃO APENAS PARA O BEM DE JOSUÉ QUE ELE FOI EXALTADO, MAS PARA CAPACITÁ-LO A FAZER TANTO MAIS POR ISRAEL. Por isso, eles o temeram como temeram a Moisés. Veja aqui qual é a melhor e mais segura maneira de ter o respeito dos subalternos, e obter a sua reverência e observância. Isso, não por meio de gritaria e ameaças, e pulso forte, mas por santidade e amor, e TODOS OS INDÍCIOS POSSÍVEIS DE UM CUIDADO CONSTANTE QUANTO AO BEM-ESTAR DO POVO E À BUSCA DA HONRA DE DEUS E DE FAZER A SUA VONTADE.

AQUELES QUE MOSTRAM QUE DEUS ESTÁ COM ELES, E QUE O COLOCAM EM PRIMEIRO LUGAR, SÃO TEMIDOS DA MELHOR MANEIRA E PARA O MELHOR PROPÓSITO. AQUELES QUE SÃO SANTIFICADOS SÃO VERDADEIRAMENTE EXALTADOS E SÃO DIGNOS DE DUPLA HONRA. OS FAVORITOS DO CÉU DEVERIAM SER CONSIDERADOS COM RESPEITO E ADMIRAÇÃO.

Por fim, quanto a este trecho merece importância ressaltar o seguinte: (v. 19): foi no dia dez do mês primeiro, 40 anos desde que saíram do Egito menos cinco dias. Deus disse na sua ira que os israelitas deveriam vagar 40 anos pelo deserto. Mas, para completar esses 40 anos, devemos descontar o primeiro ano, que então era passado, e que tinha sido um ano de triunfo na libertação do Egito, e esse último, que também tinha sido um ano de triunfo do outro lado do Jordão. Assim, nem todos os 40 anos foram anos de tristeza. E, por fim, Ele os trouxe para dentro de Canaã cinco dias antes de completar os 40 anos, para mostrar quão pouco prazer Deus tem em castigar, quão rápido Ele é em mostrar misericórdia, e que para os escolhidos, serão abreviados os dias de sofrimento (Mt 24:22). Deus fez com que eles entrassem em Canaã quatro dias antes da solenidade anual da Páscoa e no exato dia em que a preparação deveria iniciar (Êx 12:3 NVI - Digam a toda a comunidade de Israel que no décimo dia deste mês todo homem deverá separar um cordeiro ou um cabrito, para a sua família, um para cada casa.), porque a entrada deles em Canaã seria exaltada e santificada com essa festa religiosa. E eles seriam lembrados da sua libertação do Egito, para que, comparando Um fato com o outro, Deus pudesse ser glorificado como O Alfa e o Ômega da sua felicidade.

O TEMPO DAS AÇÕES DO BEM, DO AMOR E DA JUSTIÇA DE DEUS, PARA O CUMPRIMENTO DE SUAS PROMESSAS, DADAS POR SUA PALAVRA, SUA PRÓPRIA PALAVRA, O ÚNICO VÍNCULO AO QUAL DEUS ESTÁ “PRESO”, SÓ ELE DOMINA E CONTROLA. DEVEMOS SER PERSEVERANTES, PERSISTENTES E PACIENTES EM SUA REALIZAÇÃO.

A Passagem através do Jordão (vv. 20-24) 

Josué 4 NVI
20 - E em Gilgal Josué ergueu as doze pedras tiradas do Jordão.
21 - Disse ele aos israelitas: “NO FUTURO, QUANDO OS FILHOS PERGUNTAREM AOS SEUS PAIS: ‘QUE SIGNIFICAM ESSAS PEDRAS?’,
22 - expliquem a eles: AQUI ISRAEL ATRAVESSOU O JORDÃO EM TERRA SECA.
23 - POIS O SENHOR, O SEU DEUS, SECOU O JORDÃO PERANTE VOCÊS ATÉ QUE O TIVESSEM ATRAVESSADO. O SENHOR, O SEU DEUS, FEZ COM O JORDÃO COMO FIZERA COM O MAR VERMELHO, QUANDO O SECOU DIANTE DE NÓS ATÉ QUE O TIVÉSSEMOS ATRAVESSADO.
24 - ELE ASSIM FEZ PARA QUE TODOS OS POVOS DA TERRA SAIBAM QUE A MÃO DO SENHOR É PODEROSA E PARA QUE VOCÊS SEMPRE TEMAM O SENHOR, O SEU DEUS”.

As doze pedras que foram depositadas em Gilgal (v. 8) são aqui colocadas uma em cima da outra, para que pudessem ser claramente contadas, ou uma após a outra em fila. Porque, depois de terem sido colocadas, elas não são chamadas de um montão de pedras, mas de ESTAS PEDRAS.

Toma-se por certo aqui que a posteridade perguntaria a respeito do significado delas, entendendo que formavam um memorial: No futuro vossos filhos perguntarão a seus pais (para quem mais eles deveriam perguntar?), dizendo: Que significam estas pedras? Observe: AQUELES QUE QUEREM SER SÁBIOS QUANDO FOREM VELHOS DEVEM SER INQUIRIDORES QUANDO SÃO JOVENS.

NOSSO SENHOR JESUS, EMBORA TIVESSE EM SI MESMO A PLENITUDE DO CONHECIMENTO, ENSINOU, PELO SEU EXEMPLO, CRIANÇAS E JOVENS A OUVIR E FAZER PERGUNTAS (LC 2.46). TALVEZ, QUANDO JOÃO ESTEVE BATIZANDO NO JORDÃO, EM BETÁBARA (A CASA DE PASSAGEM, ONDE AS PESSOAS PASSAVAM), ELE TENHA APONTADO PARA ESSAS MESMAS PEDRAS, DIZENDO (MT 3.9): MESMO DESTAS PEDRAS (QUE FORAM ERGUIDAS INICIALMENTE PELAS 12 TRIBOS) DEUS PODE SUSCITAR FILHOS A ABRAÃO. COMO AS PEDRAS REPRESENTAVAM O MEMORIAL DO MILAGRE, A PERGUNTA DOS FILHOS DEU OPORTUNIDADE PARA O APRIMORAMENTO DESSE MEMORIAL. MAS NOSSO SALVADOR DIZ (LC 10.40): SE AS CRIANÇAS SE CALAREM, AS PRÓPRIAS PEDRAS CLAMARÃO. DE UMA MANEIRA OU OUTRA, O SENHOR SERÁ GLORIFICADO EM SEUS MILAGRES.

Ou seja, os pais são aqui orientados sobre que tipo de resposta deveriam dar a esta inquirição (v. 22): “Fareis saber a vossos filhos o que aprendestes da Palavra escrita e dos vossos pais”.

Eles devem contar aos seus filhos que o Jordão foi separado diante de Israel, que passou em seco, e que este foi o lugar exato onde eles passaram. Seus filhos agora observavam a profundidade e a força do rio Jordão, e eram lembrados que o poder divino tinha parado o rio, inundando as suas margens - “e essas pedras são um marco para vocês que vivem tanto tempo depois”.

Note: AS MISERICÓRDIAS DE DEUS PELOS NOSSOS ANTEPASSADOS SÃO MISERICÓRDIAS POR NÓS. DEVEMOS APROVEITAR TODAS AS OPORTUNIDADES PARA AVIVAR A LEMBRANÇA DAS GRANDES COISAS QUE DEUS FEZ PARA OS NOSSOS PAIS NOS TEMPOS ANTIGOS. QUE ELE OS ESCOLHEU E CONCEDEU NOS GERAR, GERAÇÃO APÓS GERAÇÃO.

O lugar das pedras era um memorando para eles: Israel passou esse Jordão. Um monumento local seria útil para eles porque lembrava aquilo que foi feito lá; e não somente para os habitantes daquele país, mas para os estrangeiros e viajantes que veriam essas pedras e receberiam instruções. Muitos, ao verem as pedras, iriam abrir suas Bíblias e ler a história dessa obra miraculosa, e alguns talvez, ao lerem a história, mesmo morando longe, tivessem a curiosidade de ir e ver as pedras.

(1) Misericórdias posteriores são grandemente exaltadas quando comparadas com misericórdias passadas, pois a comparação mostra que Deus é o mesmo ontem, hoje e para sempre. (2) Misericórdias posteriores deveriam trazer à memória misericórdias passadas e despertar nossa gratidão por elas.

Eles devem colocá-los no caminho para fazer um bom uso dessas obras miraculosas, apreender em si mesmos o conhecimento esse que foi cuidadosamente transmitido a eles (v. 24).

(1) Com isso, o poder de Deus foi exaltado. Todo o mundo foi ou poderia ser convencido de que A MÃO DO SENHOR [...] É FORTE, E QUE NADA É DIFÍCIL DEMAIS PARA DEUS. NENHUM PODER, NEM MESMO O DA NATUREZA, PODE IMPEDIR O QUE DEUS IRÁ REALIZAR. AS LIBERTAÇÕES DO POVO DE DEUS SÃO INSTRUÇÕES PARA TODAS AS PESSOAS E UMA ADVERTÊNCIA CLARA PARA NÃO LUTAREM CONTA O ONIPOTENTE. (2) O povo de Deus foi encarregado e encorajado a perseverar no seu serviço: “PARA QUE TEMAIS AO SENHOR, VOSSO DEUS E, CONSEQÜENTEMENTE, REALIZEIS O VOSSO DEVER PARA COM ELE PARA SEMPRE”, ou “CADA DIA, TODOS OS DIAS DA VOSSA VIDA, E DOS VOSSOS DESCENDENTES AO LONGO DAS GERAÇÕES”. A recordação dessa obra maravilhosa realmente deveria refreá-los de adorar outros deuses e constrangê-los a serem ativos no serviço do seu Deus. Observe: Em todas as instruções e informações que os pais dão aos filhos, eles devem ensiná-los a temer a Deus todos os dias. A DEVOÇÃO SÉRIA É A MELHOR APRENDIZAGEM.



[1] 25 Mas Moisés contestou: “Tu mesmo nos darás os animais para os nossos sacrifícios e holocaustos que ofereceremos ao Senhor. 26 - Além disso, os nossos rebanhos também irão conosco; nem um casco de animal será deixado. Temos que escolher alguns deles para prestar culto ao Senhor, o nosso Deus, e, enquanto não chegarmos ao local, não saberemos quais animais sacrificaremos”
[2] 26“Não há ninguém como o Deus de Jesurum, que cavalga os céus para ajudá-lo, e cavalga as nuvens em sua majestade! 27O Deus eterno é  seu refúgio, e para segurá-lo estão os braços eternos. Ele expulsará os inimigos da sua presença, dizendo: ‘Destrua-os!’ 28Somente Israel viverá em segurança; a fonte de Jacó está segura numa terra de trigo e de vinho novo, onde os céus gotejam orvalho. 29COMO VOCÊ É FELIZ, ISRAEL! QUEM É COMO VOCÊ, POVO SALVO PELO SENHOR? ELE É O SEU ABRIGO, O SEU AJUDADOR E A SUA ESPADA GLORIOSA. OS SEUS INIMIGOS SE ENCOLHERÃO DIANTE DE VOCÊ, MAS VOCÊ PISARÁ AS SUAS COLINAS”.

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