A VERDADEIRA CASA DE DEUS
Atos 6:8 -
7:56 (NTLH)
Capítulo 6
A prisão de Estêvão
8 - Estêvão, um homem muito abençoado por Deus e cheio
de poder, fazia grandes maravilhas e milagres entre o povo.
9 - Mas ficaram contra ele alguns membros da “Sinagoga
dos Homens Livres ”, que era a sinagoga dos judeus que tinham vindo das cidades
de Cirene e Alexandria. Estes e outros judeus da região da Cilícia e da
província da Ásia começaram a discutir com Estêvão.
10 - Mas o Espírito de Deus dava tanta sabedoria a
Estêvão, que ele ganhava todas as discussões.
11 - Então eles pagaram algumas pessoas para dizerem: —
Nós ouvimos este homem dizer blasfêmias contra Moisés e contra Deus!
12 - Dessa maneira eles atiçaram o povo, os líderes e
os mestres da Lei. Depois foram, agarraram Estêvão e o levaram ao Conselho
Superior.
13 - Então arranjaram alguns homens para dizerem
mentiras a respeito dele. Essas pessoas afirmaram o seguinte: — Este homem não
para de falar contra o nosso santo Templo e contra a Lei de Moisés.
14 - Nós o ouvimos quando ele dizia que esse Jesus de
Nazaré vai destruir o Templo e mudar todos os costumes que Moisés nos deu.
15 - Todos os que estavam sentados na sala do Conselho
Superior olhavam firmemente para Estêvão e viram que o rosto dele parecia o
rosto de um anjo.
Capítulo 7
A defesa de Estêvão
1 - O Grande Sacerdote perguntou a Estêvão: — O que
essas pessoas estão dizendo é verdade?
2 - Estêvão respondeu: — Irmãos e pais, escutem! O
glorioso Deus apareceu ao nosso antepassado Abraão quando este morava na região
da Mesopotâmia, antes de ir morar na cidade de Harã.
3 - E Deus lhe disse: “Saia da sua terra e do meio dos
seus parentes e vá para uma terra que eu lhe mostrarei.”
4 - Então ele saiu da Caldeia e foi morar em Harã.
Depois que o pai dele morreu, Deus trouxe Abraão para esta terra onde vocês
agora estão morando.
5 - Ele não deu a Abraão nem mesmo um palmo desta
terra, mas prometeu que ia lhe dar toda esta terra e que depois ela seria dos
seus descendentes. Quando Deus fez essa promessa, Abraão ainda não tinha
filhos.
6 - Ele disse a Abraão: “Os seus descendentes vão
viver como estrangeiros em outra terra. Ali eles serão escravos e serão
maltratados durante quatrocentos anos.”
7— E Deus disse ainda: “Eu castigarei a nação que os
escravizar. Depois disso eles voltarão daquela terra e me adorarão neste
lugar.”
8 - Deus deu a Abraão a cerimônia da circuncisão como
prova da aliança que fez com ele. Por isso Abraão circuncidou o seu filho
Isaque uma semana depois do seu nascimento. Isaque circuncidou o seu filho
Jacó, e Jacó fez o mesmo com os seus doze filhos, os patriarcas.
9 - Estêvão continuou: — Os irmãos de José tinham
inveja dele e o venderam para ser escravo no Egito. Mas Deus estava com ele
10 - e o livrou de todas as suas aflições. Quando José
apareceu diante de Faraó, rei do Egito, Deus lhe deu sabedoria e modos
agradáveis. E Faraó o nomeou governador do Egito e do palácio do rei.
11 - Depois houve falta de alimentos e muito
sofrimento no Egito e em Canaã, e os nossos antepassados não tinham mais o que
comer.
12 - Mais tarde, Jacó ouviu dizer que no Egito havia
trigo e mandou pela primeira vez os nossos antepassados até lá.
13 - Na segunda vez José contou aos seus irmãos quem
ele era, e Faraó ficou sabendo da família de José.
14 - Então José mandou buscar o seu pai Jacó e todos
os seus parentes, a fim de irem para o Egito; eram setenta e cinco pessoas ao
todo.
15 - Jacó foi para o Egito, e ali ele e os nossos
antepassados ficaram morando até o dia da morte deles.
16 - Depois os corpos deles foram trazidos para Siquém
e postos no túmulo que Abraão tinha comprado dos descendentes de Hamor por um
certo preço.
17— Quando estava chegando o tempo de Deus cumprir o
juramento que havia feito a Abraão, o nosso povo tinha aumentado muito no
Egito.
18 - Então um rei que não sabia nada a respeito de
José começou a governar o Egito.
19 - Esse rei enganou e maltratou os nossos
antepassados, a ponto de obrigá-los a abandonar as suas próprias criancinhas
para que elas morressem.
20 - Nesse tempo nasceu Moisés, que era uma linda
criança, e durante três meses os seus pais cuidaram dele em casa.
21 - Mas, quando tiveram de abandoná-lo, a filha do
rei o adotou e criou como seu próprio filho.
22 - E assim ele foi instruído em toda a ciência dos
egípcios e se tornou um homem que falava e agia com autoridade.
23 - Estêvão disse ainda: — Quando Moisés já estava
com quarenta anos, resolveu ir ver a sua gente, os israelitas.
24 - Ali viu um egípcio maltratando um homem do seu
povo. Então defendeu o israelita e o vingou, matando o egípcio.
25 - Moisés pensava que os israelitas entenderiam que
Deus ia libertá-los por meio dele, mas eles não entenderam.
26 - No dia seguinte Moisés viu dois israelitas
brigando. E, tentando apartar a briga, disse: “Homens, escutem! Vocês são
irmãos; por que estão brigando?”
27— Mas aquele que estava maltratando o outro empurrou
Moisés para um lado e disse: “Quem pôs você como nosso chefe ou nosso juiz?
28 - Você está querendo me matar como matou o egípcio
ontem?”
29 - Quando Moisés ouviu isso, fugiu do Egito e foi
morar na terra de Midiã, e ali nasceram dois filhos dele.
30— Quarenta anos mais tarde, quando Moisés estava no
deserto, perto do monte Sinai, um anjo apareceu a ele, no meio do fogo de um
espinheiro que estava queimando.
31 - Moisés ficou admirado com o que estava vendo e chegou
perto para ver melhor. Então ouviu a voz do Senhor, que disse:
32 - “Eu sou o Deus dos seus antepassados, o Deus de
Abraão, de Isaque e de Jacó.” Moisés tremia de medo e não tinha coragem de
olhar.
33 - Então o Senhor disse: “Tire as sandálias, pois o
lugar onde você está é um lugar sagrado.
34 - Eu tenho visto como o meu povo está sendo
maltratado no Egito; tenho ouvido os gemidos deles e desci para libertá-los.
Agora vou mandar você para o Egito.”
35 - E Estêvão continuou: — Esse mesmo Moisés foi
rejeitado pelo povo de Israel. Eles lhe perguntaram: “Quem pôs você como nosso
chefe ou nosso juiz?” Deus enviou esse Moisés como líder e libertador, com a
ajuda do anjo que apareceu no espinheiro.
36 - Foi ele quem tirou os israelitas do Egito,
fazendo milagres e maravilhas naquela terra, e também no mar Vermelho, e no
deserto, durante quarenta anos.
37 - Foi esse mesmo Moisés quem disse aos israelitas:
“Do meio de vocês Deus escolherá e enviará para vocês um profeta, assim como
ele me enviou.”
38 - Foi Moisés quem esteve com os israelitas reunidos
no deserto; ele esteve lá com os nossos antepassados e com o anjo que falou com
ele no monte Sinai. E foi Moisés quem recebeu e nos entregou as mensagens vivas
de Deus.
39— Os nossos antepassados não quiseram obedecer a
Moisés, mas o rejeitaram e queriam voltar para o Egito.
40 - Eles disseram a Arão: “Faça para nós deuses que
irão à nossa frente. Não sabemos o que aconteceu com Moisés, aquele homem que
nos tirou do Egito.”
41 - Então fizeram uma imagem em forma de bezerro e
mataram animais para oferecer a ela como sacrifício. Depois deram uma festa em
honra da imagem que eles mesmos tinham feito.
42 - Mas Deus se afastou deles e deixou que adorassem
as estrelas do céu, como está escrito no Livro dos Profetas : “Ó povo de
Israel, não foi para mim que vocês mataram e ofereceram animais em sacrifício durante
quarenta anos no deserto.
43 - Vocês carregaram a barraca do deus Moloque e também
a imagem da estrela de Raifã, o deus de vocês. Esses eram ídolos que vocês
tinham feito para adorar. Por isso vou mandar vocês para além da Babilônia.”
44— No deserto, os nossos antepassados tinham consigo
a Tenda da Presença de Deus. Essa Tenda foi feita como Deus tinha mandado
Moisés fazer, de acordo com o modelo que Deus lhe havia mostrado.
45 - Eles tinham recebido a Tenda dos seus
antepassados e a levaram quando foram com Josué e conquistaram as terras das
nações que Deus expulsou de diante deles. A Tenda ficou lá com eles até o tempo
de Davi.
46 - Davi recebeu a aprovação de Deus e pediu licença
para construir uma casa para o Deus de Jacó.
47 - Mas foi Salomão quem construiu a casa de Deus.
48— Porém o Altíssimo não mora em casas construídas
por seres humanos. Como disse o profeta:
49 - “O céu é o meu trono, diz o Senhor, e a terra é o
estrado onde descanso os meus pés. Que tipo de casa vocês poderiam construir para
mim? Como conseguiriam construir um lugar onde eu pudesse morar?
50 - Por acaso não fui eu quem fez todas as coisas?”
51 - E Estêvão terminou, dizendo: — Como vocês são
teimosos! Como são duros de coração e surdos para ouvir a mensagem de Deus!
Vocês sempre têm rejeitado o Espírito Santo, como os seus antepassados
rejeitaram.
52 - Qual foi o profeta que os antepassados de vocês
não perseguiram? Eles mataram os mensageiros de Deus que no passado anunciaram
a vinda do Bom Servo. E agora vocês o traíram e o mataram.
53 - Vocês receberam a lei por meio de anjos e não têm
obedecido a essa lei.
A morte de
Estêvão
54 - Quando os membros do Conselho Superior acabaram
de ouvir o que Estêvão tinha dito, ficaram furiosos e rangeram os dentes contra
ele.
55 - Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, olhou
firmemente para o céu e viu a glória de Deus. E viu também Jesus em pé, ao lado
direito de Deus.
56 - Então disse: — Olhem! Eu estou vendo o céu aberto
e o Filho do Homem em pé, ao lado direito de Deus.
Este é o mais longo sermão no livro de Atos. É a
defesa brilhante de Estêvão sobre o que ele acreditava e é realmente uma
revisão da história do povo de Israel. Ele responde as duas acusações contra
ele, e ele traz uma terceira acusação que ele impõe contra o povo.
Aqui nos versos 48-50 ele argumenta que o próprio
Deus, através do profeta Isaías, predisse que o templo nem sempre seria um
lugar adequado para adorar a Deus. Na verdade, nenhum prédio jamais será. Deus
é maior que os edifícios. Deus é Aquele que fez todas as coisas, que faz o
material do qual um edifício é feito, e quem faz os homens que constroem esse
edifício. Deus não pediu para ser adorado em um prédio feito com as mãos do
homem.
Isto é um ponto importante. Quando um edifício da
igreja está cheio de pessoas, que são de fato a casa de Deus (pois o homem é a
casa em que Deus pretende habitar), há um sentido em que o edifício é a casa de
Deus, porque Deus está lá em seu povo. Mas quando todos saem e as luzes se
apagam, o edifício não é mais a casa de Deus e sim como qualquer outro
edifício. Não é mais sagrado. Não é nada mais que um prédio, um prédio vazio
para ser usado para qualquer propósito útil no momento. Não é a casa de Deus.
Você é a casa de Deus. Essa é a grande verdade que Estêvão tenta transmitir a
essas pessoas.
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